SAN ANDRÉS: um Caribe rústico e lindo, que cabe no seu bolso

Quem não sonha com aquelas praias paradisíacas em um mar que mais parece uma piscina, com vários peixes coloridos, com coqueiros e areia branquinha ?




Normalmente se pensa nas ilhas do Caribe, principalmente as mais famosas como Cancun no México ou Punta Cana, na República Dominicana.
 
No entanto, esses e outros  destinos possuem valores muito mais elevados atualmente, sobretudo devido à sua infraestrutura de luxo baseada em grandes hotéis e atrativos caros.
 
Neste sentido, San Andrés, situado no Caribe Colombiano, apresenta-se como alternativa viável para quem curtir a beleza natural e aproveitar gastando pouco (muitas vezes menos que o Nordeste brasileiro).
 
Todavia, não espere grandes empreendimentos, lojas de marca nem atrativos artificiais. Lá você encontrará um Caribe mais rústico e simples, porém incrivelmente belo. É importante saber para não se iludir.
 
Fui agora em julho e fiquei 5 dias na ilha. Antes de lá estive em Cartagena, que é uma cidade muito linda, porém com apelo mais histórico - cultural. De Cartagena a San Andrés o voo direto dura apenas uma hora e meia.
 
O tempo estava ótimo, fez muito calor, embora fosse inverno, porém tem brisa nesta época do ano.  Chove pouco e o sol logo volta a brilhar. Portanto, muito filtro solar, óculos e chapéu. 
 
Das ilhas do Caribe já estive em Cancun, Cuba e San Maarten e fiquei surpreendida por San Andrés.
 
É importante saber que para entrar lá é obrigatório pagar a taxa de 105.000 COP (aproximadamente R$ 120) por pessoa a partir de 7 anos de idade.
 





  
Lá os hotéis mais famosos são os da Rede Decameron, que domina a ilha, sendo a maioria das unidades com o sistema "all inclusive", ou seja, alimentos e bebidas a vontade. Porém, para quem deseja aproveitar o local e gastar menos recomendo o Sunrises, que é um fantástico hotel à beira do mar, pertencente à rede GHL. Eu ia me hospedar neste estabelecimento, mas devido à alterações nos voos, infelizmente não consegui mais vaga e fiquei hospedada no Caribbean Island Hotel, que está situado na praia de Spratt Bight, os quais descrevo logo a seguir.  
 
 
 
CARIBBEAN ISLAND HOTEL: Na realidade é um apart-hotel situado na bela praia central de Spratt Bight, ao lado de restaurantes, lojas e mercadinhos. A noite é possível passear tranquilamente e da fresta do andar dá para ver o mar.  A entrada assusta e pode-se até passar batido. Após um longo corredor chega-se à uma recepção improvisada. No entanto, possui boas acomodações equipadas para quem quer preparar comidas, com ar condicionado, TV, WiFi e recentemente água quente (o que é um privilégio na ilha - a maioria dos hotéis não tem ! ). Os funcionários são super simpáticos, solícitos e emprestam adaptadores para tomada e até levam suas pesadas malas pelos três andares, já que não possui elevador. Há alguns sofás e café à disposição dos hóspedes no saguão. Um ponto forte é a existência de duchas de água doce, assim que se chega da praia, o que ameniza demais o calor e o sal do mar. 

 
 
 

PLAYA DE SPRATT BIGHT É a praia central da cidade, perto de vários hotéis e do comércio de gastronomia e artesanato. O mar é o maravilhoso de "siete colores" do Caribe. Em alguns trechos é possível apenas admirar o oceano, mas na maioria nadar calmamente e fazer snorkel avistando diversos tipos e tamanhos de peixes. Trata-se de uma praia super tranquila e adequada para crianças. O incrível é que você pode sentar à sombra de um coqueiro para só pagar pelas "sillas" (cadeiras) ou "asoleadoras" (cadeiras que se inclinam) sem a "carpa" (tenda) e comprar bebidas e petiscos bem baratos em mini mercados e curtir um dia inteiro a paisagem gastando bem pouco. Em uma pequena faixa encontra-se a "peatonal" ou  calçada para pedestres e logo a seguir o trecho de areia branca. Sem barcos ou tanto assédio de ambulantes, pode-se aproveitar bastante.
Um detalhe: lá se encontra um estabelecimento de rede famosa (Subway), o único conhecido que vi na ilha !

A primeira coisa que você deve providenciar ao chegar na ilha antes de sair para os passeios é a sapatilha para mergulho. Serve para você entrar no mar e simplesmente não se machucar com pedras, corais ou ouriços. São gostosas e confortáveis. Encontra-se em qualquer tenda por aproximadamente R$ 15.
  
Em San Andrés existem passeios de barco que podem ser contratados nos hotéis ou direto na praia de Spratt Bight para ir à Johnny Cay, Acuário (podem ser os dois juntos) e à Mantarrayas, para tocar nas arraias. Fique esperto que os barcos molham e muito no percurso de 10 minutos. Então, não deixe de proteger seus pertences, principalmente celulares (com as capas de plástico - custam 10.000 COP) e máquinas fotográficas.
Estes passeios custam cerca de 25.000 COP (Johnny + Acuario) ou Mantarrayas, já com impostos incluídos por pessoa, independente se é adulto ou criança (R$ 30 em média).
  

JOHNNY CAY : É a ilha mais conhecida e visitada. Ficava bem em frente ao hotel que fiquei hospedada na praia de Spratt Bight. . Porém, depende do tempo e das condições de limpeza da ilha para ficar aberta. A todo momento abre e fecha. Normalmente sua visita é combinada com Cayo El Acuario antes. São barcos e mais barcos chegando e saindo. Dependendo das condições do mar simplesmente jogam as pessoas para embarcar, o que não raro causa alguns machucados. Há um trecho de mar que não dá para nadar nem fazer snorkel, apenas ficar balançando de acordo com as ondas provocadas pela movimentação das embarcações. Há infraestrutura de restaurantes e quiosques de bebidas. Tem um grande jardim com coqueiros e muitas iguanas, de todos os tipos e tamanhos.  Apesar da superlotação, vale a pena ser visitada. Um almoço típico com peixe (frito inteiro com espinhos ou em filet com arroz de coco, salada e patacones)  custa em torno de R$ 35.
 

 

















CAYO EL ACUÁRIO: Não dá para acreditar em tanta beleza. Cenário típico de filme, parece uma pintura. Lindo demais mesmo. Na realidade trata-se de um banco de areia no meio do oceano com várias piscinas naturais propícias para a prática do snorkelling com visualização de vários peixes. Deslumbrante !








 
 
O restante dos passeios é feito com carrinho de golfe, que se aluga por dia para rodar a ilha e ir parando nas praias e pontos de interesse, como locais para mergulhos ou saltos. No meu caso consegui um por cerca de R$ 185 a diária para 4 pessoas. É uma delícia e lhe dá total liberdade para fazer o que quiser. Logo, não se pode esquecer da carteira de motorista, ok ?
 





















Neste percurso ao longo da ilha com certeza você vai parar em alguns pontos, como West View, que possui um local para mergulho com snorkel em pleno mar e pulo de tobogã. Paga-se 4.000 COP para entrar no local. É possível alugar coletes salva - vidas e snorkel por 5.000 COP cada. Porém, achei o atrativo totalmente desorganizado, completamente turismo de massa. Não há um controle dos aluguéis nem segurança de quem pula ou tenta subir para a superfície. Lá também existe  um passeio chamado Aquanautas, que se constitui em um mergulho a 8 metros de profundidade com um capacete que permite respirar debaixo d´água, constituindo-se como uma alternativa para quem não mergulha com cilindro.    





O que conhecemos no Brasil como piscina natural é o que seria o Acuário acima descrito. No entanto, eles possuem pontos para pulos no mar isolados com uma prancha e a "Piscinita", próximos à West View. Neste último paga-se também 4.000 COP para a entrada, sem infraestrutura alguma.



 Em vários espaços você encontrará algumas tendas  oferecendo a típica limonada de coco ou as variações de drinks como pinacolada, coco loco, coco punch e coco fresa.  


Há também o Blow Hole ou Hoyo Soplador, que na realidade é um fenômeno natural de um buraco que transborda água ou vento bem forte conforme a maré sobe. Não se paga nada para entrar, porém os autóctones forçam a barra para que você consuma algo para estacionar e presenciar esta cena. 
 

No caminho também se passa pela Playa de San Luís, que  é pequena, mas belíssima e pouca infraestrutura. Vale a pena parar para um mergulho em suas águas claras e calmas, sobretudo se estiver com crianças. Porém, não tem condições de se ficar muito tempo, como no caso de Rocky Cay, que se chegará logo a seguir.
 


 
 
 
Rocky Cay é uma bela praia que dá para se curtir o dia todo, pois possui o restaurante Aquabeach ou o Hotel Decameron para um "day use". Lá é possível aproveitar o mar maravilhoso com comidas e bebidas, cadeiras, espreguiçadeiras e redes. Apesar de possuir muitas algas, pode-se ir caminhando até uma ilha menor, onde é possível avistar vestígios de navios naufragados. Super recomendável.
 
 
 
 
 
 
Uma pena é que se percebe que a ilha necessita de maiores cuidados e investimentos em infraestrutura básica e turística. Há muito que se fazer ainda ... Não acredito que deve virar uma Cancun da vida, porém precisa urgentemente de reformas em estabelecimentos, limpeza em alguns pontos, conscientização por parte de autóctones e turistas  para a conservação para novos visitantes e maior capacitação dos moradores para a atividade turística.  

Não se iluda em comprar algo, como achava quando informaram que a "ilha é duty free". Tudo muito velho e nada barato. Quem pensa que vai encontrar como Orlando, Miami ou San Maarten, vai se decepcionar.

Enfim, San Andrés é uma ilha linda e rústica para se apreciar a natureza sem frescura e gastando muito pouco ... Aproveite e seja feliz.


 
 

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