MENDOZA E BARILOCHE: Enologia e neve - eu de novo na Argentina - dicas especiais
Voltei à Argentina pela 5ª vez. Como assim Regina, logo você que não gosta de repetir lugares ?
Vou explicar. A primeira vez fui com meu marido há 18 anos atrás incluindo o roteiro de "Lagos Andinos", incluindo o Chile e conheci Buenos Aires e Bariloche. Depois de 2 anos meu marido foi participar de uma meia maratona e fui com casais de amigos só para Buenos Aires e aí sim: conheci melhor a cidade e adorei.
Em 2016 viajei com um grupo de alunos para Foz do Iguaçu (PA) e fomos para Puerto Iguazu para comprar em sua feirinha, no Duty Free e conhecer o Ice Bar. Foi fantástico !
Fui em 2018 para a Patagônia Argentina com meu marido e os dois filhos para explorar o lado natureza do país, sobretudo dos animais aquáticos, como leões marinhos, focas e pinguins. Foi sensacional. Também tivemos paradas em Buenos Aires na ida e na volta devido às conexões e novamente conhecemos pontos turísticos diferentes.
Agora em julho de 2022 voltei para Bariloche para que meus filhos conhecessem a neve e resolvi emendar com outro destino que queria muito conhecer: Mendoza, a famosa capital argentina dos vinhos.
Escolhi julho por ser mês de férias de inverno e aproveitei justamente o momento do câmbio favorável aos brasileiros.
Sempre recomendo a montagem de uma viagem, independente do destino, pela montagem do transporte, no caso, a passagem aérea. Faço uma pesquisa geral do mês para checar as datas com menores tarifas, mas sempre consigo os melhores preços com minha agente de viagens, que possui maior acesso a dados específicos em seu sistema de reservas de operadora.
Optei por ficar 4 dias em cada destino e é preciso conseguir os melhores horários de voos para aproveitar o tempo disponível, o que nem sempre é totalmente possível devido às disponibilidades das rotas das companhias aéreas. No meu caso tive que viajar a noite e perder um dia todo de viagem devido às conexões, pois não havia voo direto. Outro aspecto positivo de se viajar para a Argentina é a distância do Brasil, no caso, de São Paulo, ser curta e, portanto, rápido de se chegar.
Acredito que o tempo de estada ideal para cada destino depende não só da disponibilidade do viajante, mas sobretudo de seus interesses. Sendo assim, no caso específico de Mendoza, se o turista é aficionado por vinhos e quer conhecer diversas vinícolas pode ficar uma semana, já que existem 3 regiões distintas: Luján de Cuyo, Vale de Uco e Maipú. Há passeios de um dia inteiro ou de meio dia incluindo várias bodegas com ou sem degustações e refeições, o que varia bastante o preço. Caso alguém queira fazer um roteiro geral acredito que 4 a 5 dias seja adequado.
No caso para Bariloche também vale o mesmo: de 4 a 7 dias acredito que seja o ideal. Também depende se o foco é ter um conhecimento geral do destino ou específico para esquiar, pois a cidade é pequena, mas existem 4 cerros ou morros com pistas de esqui, trenó, teleférico e outros atrativos. Se o objetivo for fazer compras, comer bem e curtir o clima de inverno 4 dias é suficiente.
Ao escolher a hospedagem pesquiso em diversos portais e minha seleção se baseia sobretudo no quesito "localização" e "custo x benefício". As vezes o mais interessante pode ser um meio de hospedagem tradicional com hotel, mas desta vez foi aluguel de espaços tipo AIRBNB, pois nem sempre se consegue quartos quádruplos e o foco era conhecer as regiões, ficando no local apenas para dormir. Neste tipo de viagem é possível fazer refeições no alojamento, mas quando viajo não quero saber de cozinhar. Então tomamos café, almoçamos e jantamos em lugares diferentes, conforme nosso roteiro nos leve.
Comecei por Mendoza e foi uma ótima opção, pois a temperatura é mais amena e a cidade é tranquila, pelo menos em julho, pois a alta temporada do destino ocorre em março, época da vindima ou colheita das uvas. A cidade conta com mais de 1.000 bodegas ou vinícolas e diversas delas são abertas para visitação com tour guiado, degustações e até refeições harmonizadas.
Conhecidos que já tinham estado por lá me disseram que a cidade não era para crianças, só mesmo para os amantes dos vinhos. Não é verdade, pelo menos para os meus filhos, de 16 e 11 anos, que já estão acostumados a viajar conosco para diversos tipos de destinos e curtem tudo. Além das bodegas, há também as azeiteiras, onde se aprende muito. Senti falta de degustação de suco de uva como temos no Rio Grande do Sul, não só para crianças e adolescentes, mas para adultos que não ingerem bebidas alcoólicas. A Praça da Independência e o Parque General San Martín são dois pontos turísticos encantadores para passear e comprar, degustando o belo visual. Existem inúmeros bares e restaurantes sensacionais, alguns sem problemas para menores. Além disso, há o passeio da "Alta Montanha" até o Monte Aconcágua, onde se tem contato com a neve (pois não há na cidade) e paisagens deslumbrantes, com paradas na estrada durante doze horas. Para alguns pode parecer cansativo, mas com um bom guia de turismo e um ônibus confortável é uma ótima pedida. Existe a indicação de que é preciso levar comida e bebida porque não há no caminho, mas não é verdade. É preciso ficar atento que o passeio pode ser cancelado devido às nevascas ou pelo menos interrompido por algumas horas (o que foi o meu caso - 2 horas parada na estrada, entre o ônibus e um restaurante para se aquecer e carregar o celular).
Além desses atrativos existe também outras possibilidades que não realizei, como o passeio às termas de Cacheuta, que é considerada uma sauna gruta e se desfrutaria de um dia de SPA relaxante, além da estação de esqui Los Penitentes.
Se você gosta de carne, vinho e alfajores escolheu o destino certo.
A escolha da hospedagem ocorreu pelo "Loft Rufino", que parecia pelo site ter 2 andares, só que não ! Era de tamanho e conforto medianos, mas super bem localizado e seguro, com uma excelente hospitalidade das anfitriãs, que ofereciam dicas de passeios, vendas de visitas e até ajudavam a pegar táxis. Aliás, neste item, tivemos que pegar sempre 2 carros, já que não havia um veículo grande o suficiente para transportar 4 pessoas e 5 malas.
Falando em malas ... uma para cada pessoa e outra de bagagem de mão, que foi essencial para trazer compras e dividir o excedente na volta para não pagar excesso de bagagem. Ainda bem que fizemos o seguro viagem, como sempre, mas não precisamos utilizá-lo. Fiquei sabendo que outros conhecidos que chegaram da Europa nesta mesma época tiveram suas bagagens extraviadas. Eu nem imagino isso ocorrer conosco. Seria um desastre completo, sobretudo na ida, pois levava itens de valor e para o frio na bagagem, além da perda de tempo e dinheiro para comprar o básico. Um absurdo ... Por isso, a dica é sempre colocar algumas coisas essenciais na bagagem de mão e misturar roupas dos viajantes nas malas, pois caso se perca uma das malas ninguém ficará sem nada.
Antes de viajar pesquisei por passeios que pudesse comprar antes no Brasil, mas acreditava que alguns valores estavam muito altos cotados em dólares e que poderia conseguir algo melhor no próprio destino. Estava certa. Por isso digo: não caia na conversa das operadoras "Mendoza para brasileiros" nem "Bariloche para brasileiros". Só para os trouxas, que não querem ter o mínimo trabalho e aceitam pagar preços abusivos.
Estava em dúvida sobre a questão do aluguel de carros para se locomover nas duas destinações. Graças a Deus que optei em não efetivar a locação em nenhum dos lugares. Em Mendoza pode-se caminhar tranquilamente pela cidade, estando hospedada perto do centro e de forma segura. Como o intuito principal é visitar as bodegas, não é aconselhar dirigir depois de beber. Já em Bariloche é possível andar a pé pelas curtas distâncias e novamente boa situação geográfica da hospedagem, além da possibilidade do uso de coletivos (ônibus) e de excursões de agências para os principais atrativos. Um outro fator que dificultaria seria dirigir na neve, o que exige experiência, cautela redobrada, veículos especiais e até correias nas rodas dos carros.
Em Bariloche tive muita sorte na escolha da hospedagem, pois o "Antu Mahuida" foi realmente surpreendente, tanto pela excelente localização (podendo andar a pé para os restaurantes e comércio em segurança), quanto pelo tamanho do apartamento, super confortável, com ótima calefação com conforto e limpeza, mas sobretudo pela vista 360º da montanha e do lago - a bela paisagem de Bariloche !
Você pode fazer esta visita para curtir a neve ou não. Vale a pena pelo clima e a paisagem da cidade em si, quanto pelos Cerros (morros): Catedral (o maior), Campanário, Otto e Piedras Blancas. Pode ser uma viagem romântica, com famílias e até de formatura. Caso não se queira esquiar ou aproveitar o período de neve aproveitar a gastronomia e a paisagem local é também uma ótima pedida.
É possível comprar as excursões para os centros de esqui em agências de viagens locais (especificamente para Piedras Blancas), ir com carro alugado, táxi normal ou remis (táxi privado) ou até com ônibus local (caso do Cerro Catedral).
Eu recomendo que mesmo que não se saiba esquiar e não queira pagar pelas caras aulas de 2 horas (em grupo é mais barato que individual), alugue o ski e tente se aventurar, apenas observando as demais pessoas. Não é fácil, mas é possível tentar com fé, força e coragem, como fez minha família.
Para quem só quer brincar na neve o ideal é visitar Piedras Blancas, onde se tem o trenó, que pode ser desfrutado por qualquer idade. No entanto, é preciso ficar esperto com as imensas filas e as tarifas para número de descidas. A dica é que se possa dividir o ingresso com duas pessoas, pois o mesmo inclui 6 descidas e nem sempre isso é viável devido ao tempo disponível e por ser muito cansativo pegar teleférico e filas a todo momento. O local também conta com uma cafeteria e pontos bacanas para belas fotos.
É claro que para visitar tais centros de inverno é preciso alugar uma roupa de neve, disponível em várias lojas no centro da cidade, como na principal Rua Mitre. O aluguel inclui calça, jaqueta, luvas e botas impermeáveis. Mesmo assim para aguentar o frio com neve e garoa é preciso estar bem preparado por baixo dessa roupa, principalmente com camisa térmica e meia calça de lã. Vale a pena alugar por pelo menos 2 dias e até para andar pela cidade.
O restaurante mais famoso da cidade é o "El boliche do Alberto", mas não tem nada de jogo, só carne mesmo rsrs Prepare-se para encarar uma fila de 1 h30 a 2 hs. Um absurdo que não se tem onde ficar como em muitos restaurantes do Brasil, principalmente de São Paulo, para beber e petiscar algo. Há outros restaurantes sempre com filas, mas considero a oferta pequena.
Um estabelecimento gastronômico obrigatório é o "Rapa Nui", especializado em doces, sorvetes e outras guloseimas maravilhosas, além dos deliciosos chocolates e alfajores. Não deixe de provar os waffles e brownies com recheios à sua escolha e o "franui", que são cerejas cobertas com chocolate (muito diferente). Além disso, o local imenso e lotado, conta com uma pista de patinação no gelo bem legal. Parada obrigatória.
Outra chocolateria linda e famosa é a Mamuscha, que possui itens mais delicados e charmosos que a Rapa Nui, mas esta é mais completa. Porém, é outro local que não pode deixar de se visitar para comprar e deliciar.
O Centro Cívico é outro ponto bacana para se tirar boas fotos, principalmente com os cachorros "São Bernardo", que ficam com seus donos cobrando pelas interações. Claro que você consegue fotografar de longe resrs
Visite também a Catedral de Bariloche, que é belíssima por fora e por dentro, já tendo recebido importantes visitas registradas em fotos. Na sua lateral você pode caminhar pelas margens do fabuloso Lago Nahuel Huapi.
Enfim, a Argentina é um destino próximo para se viajar e tem vários tipos de atrativos. O importante é saber a época do ano e o tipo de viagem e experiências que você deseja. No entanto, agora é a hora de se aproveitar o momento do câmbio favorável para ir para lá !
O gostoso de viajar é também deixar se entregar, descobrindo a cidade e sentir as coisas acontecerem naturalmente. Claro que isso depende de pesquisa prévia para não se perder tempo, livrar-se de algumas armadilhas, sorte e/ou fé. É preciso saber o que se quer fazer e conhecer, dividindo o tempo e os recursos financeiros disponíveis para realizar os sonhos - "minimizar custos e maximizar experiências positivas".
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