FOZ DO IGUAÇU E ENTORNO: organização de viagem técnica para um destino encantador
Eu fui pela primeira vez à Foz do Iguaçu, o 2º destino mais visitado do País pelos estrangeiros e uma das sete maravilhas naturais do Planeta, com 8 anos de idade com minha família, minha estreia no transporte aéreo.
Há treze anos atrás estive novamente no local com meu esposo e adorei a experiência de um pacote turístico de 5 dias.
Agora retornei em uma viagem técnica com meus alunos do Curso Superior de Tecnologia em Turismo do IFSP pela disciplina de Agenciamento de Viagens 2, responsável por acompanhar 33 passageiros e apresentar o processo de operação turística, ou seja, como o pacote turístico comercial ocorre na prática.
Foi feita uma pesquisa com 2 turmas entre valores de passagens aéreas e pacotes estruturados para se detectar o melhor custo x benefício para a maioria dos estudantes. Após a decisão de uma agência de viagens que intermediaria o processo do pacote organizado pela Operadora CVC Turismo, os alunos fecharam os seus contratos. Como os pagamentos ocorreram em datas diferentes, o grupo foi dividido em 2 voos distintos, tanto na ida quanto na volta. Alguns discentes não conseguiram participar em função do rápido aumento das tarifas aéreas, o que inviabilizou a viagem para os mesmos.
O período abrangido foi de 20 a 24 de outubro de 2016, o que corresponde a 5 dias e 4 noites, considerando-se desde o dia da partida até o retorno à São Paulo.
O objetivo principal desta visita seria vivenciar o serviço de cada um dos fornecedores do roteiro turístico (meio de transporte entre origem e destino, dentro da localidade, meio de hospedagem, restaurantes e agência de receptivo local), além dos atrativos turísticos locais e da infraestrutura (tanto a básica - da cidade, quanto da turística - voltada para os visitantes), produzindo -se um itinerário "day by day" e analisando todos estes componentes do pacote.
Trata-se de fato de uma destinação que costuma agradar a vários perfis de públicos, envolvendo aspectos como poder aquisitivo, faixas etárias, gostos e estilos, pois agrega atrativos naturais, culturais e artificiais, além de possibilidades de visitas no entorno.
A priori, o grupo de alunos gostaria de empreender uma viagem internacional. Porém, devido ao alto câmbio e à complicada crise econômica que ainda vive o Brasil, o custo ficou totalmente inviável. Sendo assim, Foz do Iguaçu, devido ao fato de fazer fronteira com dois países vizinhos da América do Sul: Paraguai (Ciudad del Este) e Argentina (Puerto Iguazu), mostrou-se uma opção bastante interessante.
O valor do pacote ficou por R$ 900,00 por pessoa (podendo ser parcelados em até 10 vezes sem juros) incluindo passagem aérea ida e volta com a Gol Linhas Aéreas, traslados de chegada e saída (transfer in/out ou aeroporto/hotel/aeroporto), 4 noites (na verdade 3 noites e algumas horas da última noite) no Hotel Foz Plaza (categoria 3 estrelas, embora se caracteriza como maior pontuação) com café da manhã estilo breakfast (mais completo), traslados à Usina Hidrelétrica de Itaipu, Cataratas Brasileiras e Duty Free Puerto Iguazu.
Foi importante para se entender a diferença das atribuições de três tipos de Agências de Turismo. O pacote foi estruturado pela Operadora CVC Turismo, que revendeu para a Hometur Agência de Viagens e o receptivo local ficou por conta da Natural Travel, ligada à CVC, utilizando ônibus e guia de turismo com a logomarca da operadora.
Sempre friso a importância de se avisar os passageiros sobre o horário de apresentação para embarque nos terminais. No caso de voos nacionais solicita-se 2 horas antes e internacionais de 3 a 4 horas de antecedência do horário determinado para o embarque. Torna-se fundamental este tempo devido aos diversos imprevistos, sobretudo em uma megalópole como São Paulo, com muitos congestionamentos e manifestações, além do mau tempo, como foi o dia do embarque, com bastante chuva no período. Mesmo assim, tivemos 2 atrasos e perdas dos voos em dias distintos, pois a cia aérea fechou o check in 45 minutos antes e não permitiu nenhum tipo de alteração, mesmo com o atraso dos voos.
Para quem fica na dúvida quanto à escolha da localização de um hotel em Foz do Iguaçu deve optar pelo centro da cidade, pois a locomoção a pé é mais fácil e segura, tanto para restaurantes quanto para shoppings. Anteriormente, iríamos ficar alojados em um hotel na Rodovia das Cataratas, o que ficaria distante de todas as facilidades que teríamos necessidade e gastaríamos mais com transporte local.
O hotel Foz Plaza é de categoria mediana, possui alas novas e outras antigas. O café da manhã é razoável, mas possui um pão de queijo fabuloso e uma pizza deliciosa.
Falando em locomoção interna, a sensação de segurança foi percebida em todos os momentos e com certeza este é sempre um dos pontos fortes a se destacar a respeito de um destino turístico.
Quanto à GOL Linhas Aéreas, por se tratar de uma empresa "low cost low fare" (baixo custo e baixa tarifa) só oferece água e um snack (salgadinho integral) como serviço de bordo. O restante pode ser pago a parte durante o voo. Porém, a duração do mesmo é de apenas 1 hora e 20 minutos. Não sei se vale a pena consumir a parte ou levar um lanche, alimentar-se antes ou esperar pela chegada no destino.
Logo ao chegar no destino, após o recolhimento das malas no conveyor (esteira de bagagens), na ala do desembarque já havia o guia de turismo com uniforme da CVC (embora pertencente à Natural Travel - agência de receptivo local) aguardando os passageiros para condução ao ônibus, que faria o traslado até o hotel.
Durante o trajeto foi entregue o voucher dos serviços inclusos no pacote durante a estada e solicitado aos passageiros que assinassem as normas, embora estas não tenham sido mantidas. Invariavelmente tivemos atrasos todos os dias, o que em um pacote convencional seria inadmissível, ou seja, os guias costumam esperar no máximo 15 minutos e depois seguem a viagem. O roteiro fica comprometido, existem horários agendados, é preciso mais respeito com o grupo.
No primeiro dia após o café da manhã fomos para uma visita básica panorâmica pela Usina Hidrelétrica Binacional de Itaipu . O ingresso para esta visita custa R$ 31 inteiro e R$ 15,50 para estudantes e outros como meia entrada. Não tínhamos tempo nem horário para o Circuito Especial, que duraria mais tempo e custaria R$ 74 por pessoa, sem opção de meia entrada. Várias pessoas que já fizeram este passeio completo comentaram que realmente vale a pena.
Na visita básica tivemos um vídeo promocional e um roteiro guiado pelas dependências do local, com as explicações do próprio guia no ônibus da CVC e breves paradas para fotos. Realmente o atrativo é impressionante, apresenta números superlativos e não pode deixar de ser incluído no itinerário.
Quanto à Ciudad del Este, que fica na fronteira, já situada no Paraguai, é possível fazer compras de diversos artigos. É preciso tomar cuidado com os produtos falsificados e os vendedores ambulantes da cidade. No momento com o dólar acima dos R$ 3 os preços não estavam tão vantajosos, comparados com o Brasil, onde é possível parcelar grande parte das compras em até 10 vezes sem juros. Artigos como perfumes e cosméticos estavam com melhor custo x benefício.
Engana-se quem pensa que só existem lojas e shoppings simples por lá. Há centros de compras bastante sofisticados, como as famosas Monalisa e Sax, além dos shoppings Paris (que também engloba um andar do chamado "Shopping China").
O lugar de fato é um caos, principalmente em relação ao trânsito. Normalmente os guias de turismo deixam seus passageiros no Shopping Del Este em lojas que já possuem comissões. Não entre nessa, pois é fria ... Os preços são caríssimos. É preciso pesquisar bastante.
No quesito compras há também o Duty Free Shop em Puerto Iguazu, na fronteira de Foz do Iguaçu com a cidade argentina. Porém, imagina que o lugar fosse maior e com vários andares e não um piso único. Há divisões por tipos de produtos, mas é muito tumultuado. Também os preços não são convidativos e vale muito mais a pena comprar no Paraguai. Existem algumas promoções próximas aos caixas. O restante achei muito caro.
No meio da estrada em Puerto Iguazu há uma atração inusitada, porém muito interessante e divertida. Trata-se do Ice Bar, ou o Bar de Gelo. É preciso reservar o horário, pois é muito concorrido. Pagamos R$ 60 pela entrada com direito à apenas meia hora no local com hora marcada. Quem não quer entrar no frigorífico, pode ficar do lado de fora onde existe um bar normal. Antes da entrada de fato na geladeira, deve-se vestir um casaco com capuz e luvas. Depois adentra-se em uma sala um pouco fria para ir se aclimatando e assistir um breve vídeo com algumas explicações. O bar em si é bem pequeno, mas bem animado. Toca-se todo tipo de música e é possível tirar muitas fotos. Porém, é complicado pelo fato de ter que se tirar e colocar a luva. alegam "open bar", mas não dá tempo para se beber tanto assim nos copos de gelo ... Vale a pena. É diferente e não dá para morrer de frio.
Próximo do local existe um cassino. Como no Brasil não temos esta oportunidade, vale a pena arriscar a sorte. No caso do meu grupo não tivemos tempo para jogar, mas apenas sacar algumas fotos divertidas na entrada.
Em Puerto Iguazu também é possível aproveitar uma denominada "feirinha de artesanato", que na realidade trata-se de uma sequência de lojas que vendem produtos locais, como alfajores, frios, doces de leite e vinhos. Há diversos bares e restaurantes para se degustar pratos e petiscos por bons preços.
Para se ter uma ideia de valores os alfajores da marca Cachafaz são considerados os melhores e, claro, os mais caros. Custam em média R$ 50 a caixa com 12 unidades. O mediano, que é bom também, os da marca Recoleta, estavam custando R$ 20 a caixa com a mesma quantidade e, por fim, os da marca Milka Os doces de leite estavam na faixa dos R$ 15 o quilo.
Já que estamos falando do lado argentino não se pode deixar de comentar a respeito do Parque Nacional Puerto Iguazu para se visitar as cataratas do lado argentino. Foi minha primeira vez e de fato valeu a pena. É outra vista e experiência diferente da área brasileira. Paga-se 250 pesos argentinos, o que equivaleu a cerca de R$ 55 por pessoa, sem direito a desconto. Existem trens internos para as "trilhas" ou caminhos para visitação. No percurso são avistados paisagens das quedas d´´agua de diversos ângulos, da fauna local (quatis, macacos e lagartos) e por meio de passarelas é possível chegar na incrível "Garganta do Diabo". Vale a pena ficar um dia inteiro no local.
No quesito alimentação é bem melhor que o lado brasileiro, pois há um restaurante self service (em torno de R$ 60 por pessoa - com pratos quentes, saladas, carnes e sobremesa - não é ótimo nem péssimo), porém várias opções de lanches rápidos e com bons preços, como as famosas empanadas por R$ 4 cada, em média.
Voltando para o Brasil ... Um dos lugares mais belos e encantadores da região, em que se pode interagir com os animais, sobretudo as "aves" é sem dúvida o "Parque das Aves". Na primeira vez que fui só havia espécies deste tipo, mas hoje encontram-se até jacarés, tartarugas e cobras (sem proteção ou jaula !!!). Acho que só deveria ter aves mesmo, pois desta forma se descaracteriza o nome do local e vira um mini zoológico. Há espaços fechados e outros totalmente abertos em que um tucano pode pousar na sua cabeça, como se fosse o filme "Rio". Os lagartos também correm atrás dos pavões para comer os seus ovos. é um passeio para pessoas de todas as idades e para se curtir com tempo, pois no final além da loja de souvenires, é possível tirar foto com uma arara no ombro. O ingresso custa apenas R$ 18 por pessoa. A lanchonete do local é excelente, pois tem diversas opções deliciosas e algumas naturais, com ótimo atendimento e preço justo. É um local imperdível !
Como Foz reserva todos os tipos de atrativos, não poderiam faltar outros artificiais. Ressalto que não tive tempo hábil para conhecer o Templo Budista e a Mesquita, enquadrados na categoria cultural.
Na tipologia de atração construída destaca-se atualmente o Complexo Dreamland, que compreende o Vale dos Dinossauros, o Museu de Cera e as Maravilhas do Mundo. O combo custa R$ 60 e obtivemos um desconto para grupo, conseguindo o ingresso para os 3 espaços por R$ 50 por pessoa.
O local estava praticamente vazio. Acho que só o "Parque dos Dinossauros" é interessante, por ser aberto e divertido. Porém, os demais são fechados e tanto as estátuas quanto os monumentos são mal feitos. Dificilmente se identificaria alguma personalidade como próxima da imagem real. Como sempre digo que é importante conhecer para depois criticar. Na minha opinião seriam dois atrativos a serem descartados.
Para quem já foi para outros museus de cera do mundo como Madame Tussaud, vai achar ridículo o "Museu de Cera" deste Complexo. São poucas estátuas que de fato se assemelham com as imagens reais das personalidades. Está dividido por temas e é possível fotografar quase todas as seções, com exceções de algumas que é preciso pagar para fotógrafos.
Com relação às "Maravilhas do Mundo" pode-se dizer que deveria estimular os visitantes a conhecerem "in loco" os atrativos apresentados, conforme vemos abaixo.
Para fechar não poderia deixar de falar da estrela maior, do carro chefe de Foz do Iguaçu: as Cataratas Brasileiras. De fato pode ser proclamada como uma das maravilhas do mundo, pois é de encher os olhos. O ingresso para brasileiros adultos custa R$ 36. É fascinante é estar diante de suas fantásticas quedas d´água e até se molhar. Porém, para se encharcar de verdade deve-se fazer o "Macuco Safári", que consiste em uma pequena trilha pelo Parque Nacional de Iguaçu e de "trenzinho" com guias especializados, mas principalmente o passeio de lancha até bem perto das cataratas. Custa caro : R$ 198 por pessoa e dura pouco tempo, em média de 20 a 30 minutos, mas vale muito a pena ... É sensacional. Só é preciso tomar cuidado com os quatis, que atacam os turistas, buscando comida o tempo inteiro. Infelizmente, a parte de alimentação deixa muito a desejar, pois é cara e ruim. Precisam melhorar este aspecto em um atrativo que recebe visitantes do mundo inteiro.
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